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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Alma de Pescador





De onde vem a essência do ser humano? O que nos faz diferentes dos outros seres que habitam neste Planeta?


O amor? O ódio? O sonho e a vontade de o concretizar?



A alma..


A nossa alma sem qualquer tipo de conotação religiosa existe e continuará a existir mesmo depois do partirmos para outros pesqueiros..


Viverá pelos nossos actos e enquanto alguém se lembrar dos mesmos a alma existirá...



Tenho uma enorme honra em ter comigo um pouco da alma do meu pai, tenho o maior dos orgulhos em olhar para o meu irmão teimoso e saber que existe uma alma comum ao dois..


De onde nasce essa vontade de perseguir os peixes? de acordar com temperaturas quase negativas e por vezes negativas mesmo e ver um dia a nascer em cima de uma rocha com uma cana nas mãos a lançar uma amostra contra a imensidão do mar?


De onde vem essa vontade, esse prazer? Ou será um instinto primitivo que ainda corre no nosso genoma?



Na pesca não podemos confundir o caminho com a vontade de caminhar e pelo meio temos que reflectir que mais importante ainda é a maneira como percorremos o caminho..


Quem teve a honra e a bênção de nascer “perseguido pelas águas “sabe que a pesca é feita de ciclos,que há pescadores que pescam muito, outros nem tanto e há aqueles que pescam almas, que marcam outras almas para sempre, que já sabem que o importante já não é capturarem muitos peixe ou peixes enormes, acho que alguns deles já aprenderam a falar com os peixes..


Quem já lutou dias a fio com vento Norte, com as vagas que teimam em nos molhar como se fosse a primeira vez que pescássemos naquela pedra, quem ano após ano aprendeu a empatar um anzol na escuridão da noite e fez do acto um gesto tão simples como o respirar , tão simples e tão vital como a respiração sabe que na pesca nem sempre é sim ou não, o preto ou branco são cores raras para descrever a actividade dos peixes..


Acho que cada pescador segue um caminho próprio, cada um pesca e faz da pesca um momento diferente, por motivos diferentes e razões que o próprio por vezes tem dificuldade em explicar.


Existem pescadores que pescam para se divertir, outros para fugir do stress da sociedade actual, houve quem herdasse uma paixão de um pai ou de outro familiar, há quem pesque por necessidade, para alimentar uma família, há quem necessite da pesca para sobreviver..


Conheço alguns pescadores profissionais que não fizeram outra coisa a vida a toda, perseguir os peixes, todos afirmam que é uma profissão dura e perigosa mas nenhum abandona o mar , nenhum quer deixar de perseguir os peixes..


O que nos impele para fazer km para capturar um peixe e devolve-lo ao mesmo rio de águas límpidas que o viu nascer?


Passei a minha vida perseguido e encantando pela água, a escutar episódios de trutas enormes a ver o meu pai a pintar borrachas para os robalos,como eu existem muitos por este mundo fora..


Já capturei os peixes da minha vida mas porquê continuo a pescar?


Sinceramente não há resposta.. Claro que dá prazer, que é relaxante mas há mais, há mais que fica por explicar..


Um amigo meu um dia perguntou-me “ que raio tem a pesca para ser tão viciante ?”


“ Não sei explicar “ respondi eu.. e não sabia mesmo, por palavras a explicação peca sempre por omissa ou escassa..


Conheci grandes pescadores e a alma deles continua comigo, alguns já partiram outros ainda pescam e outros já não tem o vigor físico para saltar de pedra em pedra..


A minha alma de pescador tem um pouco da alma deles todos, ouço claramente ensinamentos que me passaram como se fosse hoje..


A pesca tornou-se bem diferente, uma globalização e uma divulgação maciça de informação e contra informação retirou muito à mística que a pesca tinha..


Acho que os verdadeiros pescadores entendem este post...


No fim para se ter a pesca na alma não é necessário usar o material da moda, muito menos ter um blog, a alma de um verdadeiro pescador não se demonstra por fotos de peixes enormes nem por palavras..


Uma vez disseram-me que os telemóveis estragaram a pesca, depois foi a Internet, acho que o homem tem o dom de destruir aquilo que mais puro existe por meia dúzia de moedas..

País - Redes de pesca de meixão apreendidas no Tejo - RTP Noticias, Vídeo

País - Redes de pesca de meixão apreendidas no Tejo - RTP Noticias, Vídeo


Uma praga sem fim à vista nos rios de Norte a Sul de Portugal, sem comentários.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ajudem os ouriços do mar

Foto cedida por Fernando Encarnação



Um blog pode e deve ter um papel de actividade civica por isso ajudem quem quer mudar algo em Portugal:

"Em Portugal só há ouriços-do-mar na costa entre Caminha e Esposende, mas todos os anos, durante o período reprodutivo das fêmeas, que decorre entre Outubro e Abril, deverão ser apanhadas umas 19 toneladas, para aproveitar as ovas frescas, que são colocadas no mercado a preço de ouro", disse hoje, à Lusa, aquele deputado.

Segundo Rui Taxa, a escassez de caviar a nível mundial fez disparar a procura das ovas de ouriço, que têm um paladar muito semelhante e que chegam a ter um custo de 24 euros por cada 130 gramas, sendo Espanha o seu destino."Os preços finais para o consumidor atingem valores muito mais elevados", frisou.Para Rui Taxa, o principal problema é que a lei não estabelece limites para a apanha, seja em termos de quantidades ou de tamanhos."Tudo o que vai à rede é peixe. Levam tudo e não deixam nada. E se isto continua assim, em breve deixará de haver ouriços-do-mar em Portugal", alertou.
A petição que vai ser colocada na Internet exige a proibição da apanha de ouriços-do-mar durante cinco anos, para a regeneração e estabilização da espécie, e a criação de legislação adequada, que imponha limites à apanha.Neste momento, e segundo Rui Taxa, que é também presidente da Direcção do Clube Ancorense de Pesca e Caça, qualquer pessoa que seja portador do Cartão Individual de Apanhador de Animais Marinhos, que custa apenas 10 euros, pode retirar da costa todo o mexilhão que quiser e puder.O cartão, emitido pela Direcção Geral de Pescas, tem actualmente cerca de 20 pessoas detentoras, na costa entre Esposende e Vila Praia de Âncora.Fonte da Polícia Marítima, contactada pela Lusa, explicou que, com a actual legislação, as autoridades apenas podem intervir se os apanhadores fizerem uso de instrumentos, como foucinhas, no exercício da actividade."Isso sim, é proibido por lei, mas é muito difícil apanhar os infractores, porque eles montam esquemas de vigilância, tendo alguém sempre 'de plantão' para os avisar quando se aproxima a Polícia Marítima", acrescentou a fonte, sublinhando que "é frequente" encontrar utensílios daquele tipo abandonados nas rochas.Rui Taxa lembra que a utilização destes instrumentos "viola os habitats naturais" de outras espécies, que "também ficam com a sobrevivência ameaçada".
O autora da petição em defesa dos ouriços-do-mar Rui Taxa, garante que já alertou para este problema diversas entidades, entre as quais os Ministérios do Ambiente e Agricultura e Pescas, as câmaras municipais, os deputados eleitos pelo distrito de Viana do Castelo e o Governo Civil.Fonte: Lusa (26/11/2009).

http://www.peticao.com.pt/ourico-do-mar

sábado, 7 de novembro de 2009

Pesca sustentável, o fim da linha




Por muito que custe a muitos estámos a chegar a um ponto sem retorno, ainda faz pouco tempo vi um programa sobre a pesca do atum que me deixou impressionado pela capacidade destruidora do homem, estámos a um passo do abismo e tenho grandes duvidas que recuemos.

Em anexo um link de outra petição online a exigir uma pesca sustentável à grande distribuição

http://www.greenpeace.org/portugal/participa/proteger-o-fundo-do-mar

Os meus agradecimentos ao leitor anónimo que me informou sobre este video e petição

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Petição online da Greenpeace

Em link anexo segue uma original petição online da Greenpeace .

Ser pescador implica respeito pelo meio ambiente, não precisámos só de salvar as baleias..

Em Portugal em primeiro lugar precisámos de salvar os pesqueiros dos pseudo-pescadores vulgo rapas.

Segue o link para quem desejar assinar:

http://www.send-a-whale.com/sendawhale/landing.php

domingo, 25 de outubro de 2009

Petição em defesa do Rio Paiva

Só agora tive conhecimento de uma petição que corre em defesa do rio Paiva, um dos rios mais bonitos que conheço, por lá vi das trutas mais belas que vi em Portugal, assinem e juntem-se à força que deseja preservar o património que ainda temos:

http://www.petitiononline.com/RioPaiva/petition.html

E visitem este blog:

http://www.petitiononline.com/RioPaiva/petition.html

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Rapala Maxrap






Todos nós conhecemos a Rapala, considerada por muitos a melhor marca de toda a história, sem duvida que em tempos o foi mas com a concorrência a apertar principalmente a nipónica a Rapala foi incapaz de produzir amostras para água salgada e para surfspinning costeiro que reunissem as condições que os actuais pescadores procuram sendo uma delas a distancia de lançamento é neste contexto que eram aguardadas as novas Maxrap com 13 cm de comprimento e 15 gramas de peso.


Hoje foram aos testes em água doce para conseguir analisar todas as suas potencialidades e sem duvida as mesmas tem uma capacidade de lançamento muito boa para as suas 15 gramas, muito parecido com as duo sld 125.. Outro pormenor que me chamou a atenção são as escamas interiores gravadas a laser segundo informação da marca dando aos artificiais um realismo impressionante.

Quanto ao seu trabalhar falta o teste no mar , na rebentação mas para primeira impressão para aqueles que estão habituados aos jerks da Rapala que por norma com uma recuperação linear funcionam quanto baste neste modelo vão ter sérios problemas porque facilmente vão constatar que se trata de uma amostras muito técnica .

O tempo dirá se estes artificiais enganam robalos ou não, pelo que vi hoje dificilmente esta amostra não capturará peixe mas certamente não será com todos os pescadores.



domingo, 18 de outubro de 2009

Realidade nacional

Já conhecia este texto à muito tempo mas continua actual, numa primeira observação poderão pensar que o texto não tem nenhuma ligação com a pesca mas desenganem-se os mais mais desatentos:


Texto de Guerra Junqueiro – Pátria – 1896

Um texto de Guerra Junqueiro
“Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.]
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.”


Guerra Junqueiro, “Pátria”, 1896.

domingo, 27 de setembro de 2009

Era uma vez


Existia um rio mítico para os pescadores de trutas que faziam parte do grupo de amigos do meu pai.
Sempre que me deslocava à aldeia dos meus pais ouvia relatos sempre o mesmo, o mestre do meu pai levou-o lá , grande pescador de trutas , à meio século atrás já pescava à pluma em Portugal, grande mestre que ainda tive a honra de conhecer já nos últimos anos da sua vida, já não tinha condições físicas para pescar mas a pesca foi sem duvida a sua vida, um certo dia em casa dos meus avós fez questão de me mostrar o seu álbum fotográfico, até hoje já vi muitas fotos de peixes mas nada que se assemelhe aquele álbum, muitas fotos ainda a preto e branco mas peixes incríveis, enormes e majestosos.
.


O meu pai foi um dos seus discípulos, ao longo da sua vida só existiram dois, caminhou com ele muitas vezes ao longo destas margens, noutros rios e ribeiros. Havia vida nos rios, viagens enormes com acessos diminutos, existiam os famosos guarda-rios que tanta falta agora fazem.

Chegou o dia, tinha chegado a minha vez de ir conhecer o “ tal”, a vista do cima da serra é simplesmente de cortar a respiração, foi num qualquer dia de Maio e capturei um truta de perto de 40 cm, o meu pai enganou 5 se a memória não me falha. Esta captura tinha eu 13 anos, passaram-se quase 20 e decidi ir visitar o “tal”, sem cana na mão, apenas fui lhe dizer olá.


Pesquei por estas margens centenas de vezes, acampei 3 ou quatro vezes com amigos , tive a honra de assistir a espectáculos maravilhosos de manifestações da natureza que teimámos em destruir. O rio continua selvagem, com pouca água como é natural nesta altura do ano.



Muitas vezes estou com o meu Pai e sinto uma tristeza nas palavras dele quando fala de tempos passados, os olhos deles ficam sem profundidade quando fala de muitos rios em que ele pescou e foram completamente devastados, o TAL também o foi, nas suas águas já não existem trutas, foram exterminadas à bomba, com redes, com cal, com lixívia, cordas com bogas iscadas e até com caça submarina nos seus poços. Há momentos que odeio ser humano, somos a pior das espécies de longe a mais nociva e destrutiva para este planeta






Um dia vou falar do TAL aos meus filhos mas nunca lhes vou conseguir mostrar 1% do que o meu pai viveu e viu.




terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mais uma coisa estranha num robalo



Na semana passada capturei um robalo na ordem dos 3 kg que ofereci aos meus pais para um almoço familiar, chegado a casa dos meus pais a minha mãe já habituada a pescadores diz-me para ir à cozinha observar o que o robalo continha no seu interior.
Observei dois caranguejos pilados, um macho e uma fêmea, nada de surpreendente até agora, surpresa foi ter observado que a fêmea continha um anzol, mais um peixe que capturei que tinha escapado de outra armadilha.
No entanto o anzol, a linha e a maneira de iscar deu para concluir que não se tratava de um robalo fugido de um aparelho profissional mas sim de um pescador desportivo.
Esta tipologia de anzóis são os mais usados para iscar os pilados na minha zona, da maneira que estava iscado e a espessura da linha leva-me a concluir que o peixe escapou numa montagem de pesca à bóia.
Ambos os pilados ainda não estavam digeridos nem mostravam marcas de terem sido ingeridos à muito tempo ( o macho deve ter sido ingerido em primeiro lugar ), este episodio faz-me pensar na capacidade que os robalos têm de reter os perigos, visto que no estado que os pilados estavam era obvio que não tinham sido ingeridos à muito tempo, logo o robalo também tinha escapado à pouco tempo de outra linha e mesmo assim continuou a caçar.
Na foto à esquerda a fêmea ainda com o anzol, à direita o macho.

sábado, 19 de setembro de 2009

Mais um robalo de aparelho




Na foto coloco mais um peixe capturado com a boca cicatrizada mas já deficiente, nos ultimos tempos começa a ser hábito capturar peixes nesta situação.
Os aparelhos usados pelos profissionais causam estas lesões aos peixes, muitas das vezes iscados com pilado em anzois 1/0 e superiores os peixes ficam a debater-se durante horas, alguns têm a felicidade de se libertarem mas alguns ficam como este.
A foto foi feita no momento exacto da captura, reparem que ele atacou o artificial pelo lado da boca saudável.
Estes aparelhos com muitos anzois práticamente não são retirados da água, são levantados e novamente iscados, em voltas de mar os aparelhos ficam lá vários dias com peixes mortos causando autenticos massacres de peixes o mesmo se passa com as redes.
É o nosso Portugal, o país dos subsidios, quando acabarem os robalos os pescadores profissionais vão exijir um subsidio qualquer e claro que o mesmo irá sair dos nossos bolsos.

sábado, 29 de agosto de 2009

Federação Portuguesa de Pesca Desportiva continua a luta

O expoente máximo da pesca em Portugal?

Somos um País de aventureiros, o mar está ligado à nossa cultura e história nacional, somos (fomos) uma nação que descobrimos, dominámos, dividimos, abandonámos e cá estamos, uma aliteração ou uma hipérbole?

Como Português não preciso de uma bússola para me orientar na Pesca Desportiva, lúdica ou de brincadeira ou ainda qualquer coisa que seja relacionado com um artefacto denominado cana de pesca, mas penso que a FPPD deveria ser a timoneira (O) na preservação do pão que a alimenta: os PEIXES.

Somos um povo de campeões mundiais em várias modalidades!!!! Bravo!!!!

Mas temos regulamentos que permitem chacinas de peixes…
.
Como é bonito de ouvir de um pescador de competição:

“ Fiz primeiro no meu sector com 2 aranhas e um robalo de 300 gramas”

Que bonito é de se ver a solta dos exemplares no fim de cada prova de surf casting… os peixes adultos, perdão! Jovens adultos (tenho uma clara queda para o exagero) pronto vá lá … peixes bebés, imaturos, JUVENIS. é lindo vê-los a nadar para dentro de uma saco plástico, latão ou caixote de lixo mais próximo..

Que luta pelo pescador lúdico quando proibiram o engodo desde a costa, que cruzada.

Olha se a ideia pegava e proibiam em águas interiores as toneladas de engodo que são descarregadas anualmente… Até parece que estou a ver a cara de certos barões dos farináceos.

Hoje fico-me por aqui mas não podia de endossar os parabéns à FPPD pelo excelente trabalho que tem vindo a realizar na preservação da pesca desportiva em Portugal, os regulamentos das provas de mar são o seu estandarte nesta luta contra o tempo.
Obrigado.

domingo, 9 de agosto de 2009

Preservação e euros..

Vamos preservar? Preservar, essa palavra tão pura e elitista para alguns..
Ultimamente vamos lendo um pouco por todo o lado sobre esta palavra, preservar o meio ambiente, preservar os recursos naturais, preservar o património cultural, preservar os recursos marinhos,etc,etc..

Vamos falar de preservação e do spinning em duas vertentes, a Internet e os profissionais do sector

Nos últimos anos existiu um boom massivo em publicações da especialidade, na Internet e nas casas de pesca, boa parte da publicidade presente nas revistas é já sobre esta modalidade, colocam ao virar de uma página os últimos gritos de artificiais, as lojas de pesca apressaram-se a acompanhar uma tendência de mercado e em quase todas podemos visualisar uma wall merchandising de artificias para cairmos no pecado capital da compra, tudo em nome da preservação.

A Internet:

Fóruns, blogs , páginas oficiais de marcas ou importadores, o spinning tornou-se omnipresente, assistimos em fóruns a tertúlias por tudo e por nada, a brainstormings de cérebros que pouco salitre têm entranhado no corpo, ou que pescam muito por um monitor fazendo de um par de teclas o sua melhor amostra.

Na Internet o apelo à preservação pelos demais sítios é notório, se uns acham que é por necessidade outros por elitismo, outros porque amam a pesca e outros porque vão na corrente e preservar é preciso, pelo menos afirmar, fazer é outra história.

Nesta mesma Internet que todos nós navegámos as marcas e importadores já descobriram um nicho de mercado tentador e poderoso, já começaram a montar os seus sites oficiais com visuais agressivos, imagens e som brutais, comprem, comprem..

Ainda há no meio desta Internet grandiosa e informativa os peões, esses grandes pescadores que oficialmente não são patrocinados por nenhuma empresa mas oficiosamente recebem produtos para falar deles, mudam de roupa frequentemente, colocam fotos de peixes grandes ou pequenos o que interessa é aparecer, gerar retorno para receber mais umas amostras novas ou uma cana para entrarem no mesmo ciclo vicioso.

Divulgar é preservar? Ás vezes…

Não poderia deixar uma ressalva para aqueles que tem o seu blog com a seu “ patrocínio “ explicito, isso sim é ter respeito pelos seus leitores e claro, traz transparência, algo que cada vez falta mais neste Portugal.

As revistas:

O expoente máximo dos média na pesca, chegam a todos os pescadores mesmo aqueles que não tem acesso a um teclado, as casas de pesca até já as disponibilizam para uma leitura gratuita, para uma maior informação dos seus clientes e claro sempre é mais um argumento de venda devido à publicidade directa e encapotada que existe em quase todas as publicações.
A não profissionalização da maior parte dos pescadores que são seus colaboradores só levam a caminhos menos transparentes nos seus artigos, é mais um meio para chegar a um fim, esse fim será a preservação? Não me parece.. A ligação que muitos dos seus colaboradores tem ao mundo profissional da pesca torna as publicações feridas de morte no que concerne a transparência e isenção..
Tenho pena que o comum dos leitores não tenha conhecimento dos grandes interesses que existe na Pesca Desportiva em Portugal.
Preservar que palavra tão bonita..


Estabelecimentos comerciais de artigos de pesca:

Foram abertos para gerar lucros, nem adianta escrever muito sobre este tema, já viram algum lojista recusar vender algum artigo a algum pescador que não cumpre a lei?
Eu ainda não vi e duvido num futuro próximo ver isso a acontecer.


O spinning só veio ainda mais afectar o stock actual de robalos, a remoção massiva de grandes exemplares só veio debilitar as já diminutas populações de robalos e isto só aconteceu devido à divulgação brutal desta técnica , o spinning neste momento é a galinha de ovos de ouro de muitos profissionais do sector, preservar sim, é uma palavra bonita mas os euros falam mais alto neste Portugal.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O futuro ainda está nas nossas mãos



Ainda temos a felicidade de percorrer estas paisagens maravilhosas fazendo o que mais gostámos..




Aos achigãs..




Ao romper de uma manhã o rio envolto em nevoeiro, tornando a pesca em momentos miticos e unicos.. Por isso PRESERVEM..

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Chave do sucesso para o pescador de spinning existe?




Todos nós conhecemos algum pescador que é conhecido pelas pescarias que faz, a maioria das povoações à beira mar tem habitantes que são reconhecidos dos demais por serem grandes pescadores, pescam mais peixe que os outros, qual será a chave do sucesso desses pescadores?


A persistencia pode ajudar a obter bons resultados mas não é por si só um factor decisivo no sucesso das nossas jornadas de pesca

Um bom conjunto e umas amostras de qualidade facilitam e muito o sucesso de um pescador mas é preciso saber usá-lo, o velho ditado popular” é preciso ter unhas para tocar guitarra” podia ser aplicado nesta situação.

Talvez o factor mais importante, a experiencia do pescador é uma das mais valias do mesmo, as horas passadas junto ao mar ajudam a reter muitas lições, saber interpretar o porquê das grades ou o sucesso das capturas são um trunfo importante em futuras jornadas de pesca, existem conclusões que só se obtêm com muitas jornadas de pesca.

O sucesso de um pescador é um conjunto de muitas variáveis que todas somadas dão origem a capturas, um bom pescador não é aquele que captura trinta peixes num dia, ou captura um exemplar enorme mas sim aquele que vai capturando peixes com uma cadencia natural no rácio directo de jornadas de pesca.

Para existir sucesso com regularidade o pescador tem que saber em primeiro lugar eleger o pesqueiro em função das condições do mar, da amplitude da maré e das condições climatéricas.

Existem bons pesqueiros para diversas amplitudes de maré, dentro dos mesmos ainda existem factores que podem condicionar a nossa escolha como o vento ou a direcção com que a ondulação entra no pesqueiro

Existem horas que serão inevitavelmente por regra sempre melhores que outras, o nascer do dia e o fim do mesmo, eu particularmente prefiro o nascer do dia.
E ainda existe a pesca nocturna, que poderá sempre dar bons resultados em qualquer estação sendo para esta a claridade da água um factor muito importante.







Fase lunar, muitos são os pescadores que preferem certas fases lunares para fazer as suas pescarias, está provado cientificamente que as fases lunares influenciam em diversos factores os seres terrestres e aquáticos, eu porém nunca consegui obter uma conclusão directa e clara sobre qual a melhor fase lunar para pescar, muito do que se diz não passam de mitos, porque já fiz excelentes pescarias em todas as fases lunares e não existe uma fase lunar que se evidencie na quantidade de capturas ..

O ponto de água, existe uma altura de maré na maior parte dos pesqueiros que é a ideal para se conseguir capturas, já aqui no blog escrevi que os robalos em grande parte dos pesqueiros que frequento atacam os artificiais em alturas de maré especificas, esse é o ponto de água do pesqueiro.

Os dias anteriores e posteriores à nossa jornada de pesca são igualmente importantes para o sucesso de uma saída ao mar, se o mar esteve revolto durante uma semana ou se irá ficar revolto no dia a seguir tem uma influencia tremenda na actividade dos peixes o antes e o depois de uma “mexida de mar” são dias de maior actividade de peixe, com mais capturas .

Mediante o que acima afirmei o sucesso do pescador vai começar pela eleição do pesqueiro mediante as condicionantes que citei, um pesqueiro que nos deu grandes alegrias hoje amanhã pelo simples facto da direcção do vento ter mudado não irá dar captura nenhuma.

Outra coisa que deveremos ter em conta é a adaptação do material que usamos ao pesqueiro por nós eleito, não podemos cair em fundamentalismos na pesca, se assim pensarmos muitas das nossas jornadas vão estar destinadas ao insucesso.
Muitos pescadores adoptam ou querem pescar em “finesse” com linhas finas, canas curtas, equipamentos super ligeiros, deveremos pescar o mais fino que o pesqueiro nos permita mas tendo em conta que esse limite é imposto pelo pesqueiro.

Já existem poucos mitos na pesca, cada vez existe menos peixe o que impede que se consiga cada vez menos obtermos conclusões sobre métodos ou inovações que vamos utilizando.

Acredito que os bons pescadores nascem através da paixão que tem pela pesca , adquiriram sabedoria através do tempo, de muitas saídas sem peixe e da capacidade que tiveram de entender os porquês.. Porque é capturaram peixe em certas condições e com determinados artificiais e o porquê de não o fazerem em muitas outras ocasiões.

A pesca nunca será uma actividade exacta sem margem de erro, mas existe a real possibilidade de diminuirmos as nossas grades, acho que o sucesso desses pescadores que pescam mais deve-se em muito naquilo que em acima escrevi, existem ainda muitos outros factores com variáveis ainda mais complexas, se entrarmos em pormenores como pressão atmosférica, estação do ano, temperatura da água tudo se torna ainda mais complicado. A verdade é que não sou muito adepto de coincidencias , tento sempre entender o porquê de certos acontecimentos.

Tudo o que escrevi mal interpretado pode tornar uma actividade relaxante como pescar quase num exercício matemático, na prática as coisas são bem simples, acredito que seja complicado para quem se inicia pensar em tantos factores: Pesqueiro, hora para pescar , pontos de água, ventos, tonalidade da água, direcção da vaga, etc, etc..
Com o tempo quem se quiser aperfeiçoar no spinning vai acabar por pensar nesses factores todos quase de imediato, sem se aperceber mentalmente que o fez...

Por fim nem todos nascemos para ser pescadores, existe algo dentro de nós que faz parte da nossa Alma que deu o dom a alguns para serem melhores, para terem mais habilidade para pescar, nem todos nascemos pescadores assim como nem todos vieram ao mundo para serem jogadores de futebol.

E por fim podemos diminuir a nossa margem de erro, mas haverá sempre o factor surpresa, parece um antagonismo escrever isto no fim mas podemos retirar muitas conclusões mas haverá sempre o factor surpresa porque os peixes são seres vivos não são números de uma equação, na duvida é melhor sempre ir à pesca..

terça-feira, 30 de junho de 2009

Muito mais que pescar..



Quando eu era criança a minha Mãe obrigava-me a comer morangos para eu ir à pesca com o meu Pai, ou pelo menos para o acompanhar nas suas jornadas..
Ainda hoje não sou grande apreciador de morangos..

A primeira truta que eu capturei, o meu primeiro robalo, o meu Pai esteve a meu lado, já capturei inúmeros peixes, robalos grandes, trutas grandes , os recordes que eu estabeleci para mim já os cumpri , nestes últimos anos vejo a pesca com outros olhos..

Os dois momentos mais importantes foram os dois que salientei, o primeiro e a primeira, o meu orgulho em capturar pela primeira vez estes dois espectaculares predadores.

Cedo aprendi a saber o que era um fieiro no estuário do Douro, a ler os espelhos de água.. A caminhar com pés de lã num rio truteiro.. Pela mão do meu Pai..
O tempo passou rápido e quando olhei para o lado já o meu irmão lançava um colher rotativa em busca de uma truta num rio de montanha..Já éramos três a olhar para um rio turbulento de águas cristalinas os mesmos que assistiram a inúmeros dias a nascer numa praia qualquer …
Uma família unida, e uma paixão enorme pela pesca, pela natureza, ou pelo simples facto de estarmos juntos a fazer o que mais gostávamos..

Depois da formação base cada um de nós dois formulou as suas ideias e tinha as suas teorias ou técnicas predilectas, as manias que os pescadores ganham pela vida fora.. ainda as temos e ainda agora mas não tanto como desejaríamos nos juntamos os três para pescar num ribeiro qualquer ou lançar atrás da rebentação em busca de um grande robalo.

Por anos quando o tempo passava mais devagar e parecia que sobrava eu o meu mano mais novo fizemos uma dupla temível nos robalos, forma noites e amanheceres repletos de cumplicidade.. Ainda por estes tempos nós os três em acção de pesca não precisamos de falar muito, um olhar, ou um simples gesto são o suficiente para comunicar frases inteiras..

A pesca para mim há-de ser muito mais que capturar peixes, é uma paixão, um estreitar de sentimentos com a natureza, com um ente próximo, um amigo ou uma simples maneira de viver..

O meu mano mais novo não gosta de blogs ou de fóruns, gosta de pescar quando a pesca lhe assola a alma..Para ele não há termos ingleses abomina-os, as amostras trabalhem bem ou mal, lançam bem ou mal, para ele a pesca é simples, não complicou o que sempre foi fácil e no entanto segue capturando robalos..
Apesar de ele não gostar este post é para ele, o meu maninho mais novo..

domingo, 28 de junho de 2009

Treinos com vinil



Ontem foi dia de treinos com vinil, já disse em vários locais que me falta a escola dos pescadores achigãs no que toca a técnicas com amostras em vinil.
Por isso decidi ir treinar com os achigãs técnicas e especialmente a ferragem com estas amostras, pescar robalos é bem mais fácil os toques são mais francos e claramente mais brutais.
Como não levei óculos polarizados não via muito do que se passava abaixo da superfície da água, a pesca , as ferragens foram todas feitas ao sentir, ao avistar um deriva anormal da linha.. Foi uma tarde engraçada com alguns achigãs a quererem ajudar na festa .
Por curiosidade nenhum entrou em vinis lastradas, foram todos capturados em weightless , com lastro não existiu um único ataque.
É com muita pena minha que os pesqueiros que frequento no mar o weightless é impraticável , o trabalhar do artificial é muito mais natural.
Resumindo qualquer pescador de robalos deveria fazer umas brincadeiras com os achigãs , existem muitas analogias que podemos estabelecer entre as duas espécies, alimenta o nosso percurso como pescadores de artificiais..
Todos os peixes foram devolvidos à água, nem poderia ser de outra forma.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Tricóptero, e a pesca ás trutas

Pescando trutas num rio de montanha

Tricóptero o todo terreno na pesca ás trutas

Se há momento na minha vida que eu me sinto perto do paraíso é quando me encontro algures numa montanha, vagueando por um rio ou ribeiro pescando trutas..
Ainda existem locais em Portugal que parece que o homem ainda não chegou, ainda há sítios que ficámos deslumbrados com cenários que a Natureza nos proporciona..

Com uns dias livres esta semana decidi ir fazer uma visita a um pequeno rio de montanha que por norma me proporciona uns fins de tarde agradáveis brindado com a presença de trutas fário , como rio de montanha que é as trutas são pequenas mas guerreiras, musculadas das águas rápidas que habitam

Hoje decidi levar uma cana de 8 pés e um carreto equipado com linha 4, com acção rápida, neste tipo de rios pescámos muitas vezes à ponteira, ou pequenos lançamentos, são rios com muita vegetação, muito difíceis de pescar pela densidade da mesma nas margens do rio, obriga-nos a caminhar vagarosamente pela água e a fazer verdadeiras acrobacias para conseguir pescar.. No rio pensava que iria observar mais eclosões devido à temperatura que se fazia sentir mas exceptuando os habituais dípteros, visiona-se algumas efémeras e esporadicamente um tricóptero

A pesca não foi muito fácil comecei a pescar com ponta 0.12 e para começar a capturar algumas pintonas tive que baixar até ao 0.08 quase todas entraram em tricópteros e apenas 2 em efémeras, ainda pesquei à ninfa nuns poços mais fundos mas sem sucesso.. Uma tarde bem passada com perto de uma dúzia de trutas capturadas e libertadas como sempre, pequenas mas lindas..




Preservem este magnifico património genético que nos resta, libertem todas as trutas selvagens.. Deixem esse legado aos vossos filhos.

Obrigado Pai por me teres ensinado a pescar trutas, a observar e a preservar..

terça-feira, 19 de maio de 2009

A foz do Douro e a sua influencia na pesca aos Robalos

Fui visitar o novo molhe norte do Porto, aberto já à algumas semanas, passei anos a pescar no velho farol da barra do Douro( farol de Felgueiras), passei boa parte da minha adolescência a pescar neste farol, fiz e assisti a pescarias inacreditáveis de robalos neste pesqueiro, foram incontáveis as noites que lá passei. Muitos dos ensinamentos e conclusões que retirei da pesca aos robalos grande parte foi neste local que as apurei essencialmente usando o corrico como técnica . É neste pesqueiro que tenho o meu recorde pessoal com um peixe de 8,250 kg , este pesqueiro está na minha alma para sempre e será sempre com saudade que me irei referir a ele..


Quebra mar destacado , molhe sul


Quebra mar destacado , molhe sul




O velho e grande farol foi ultrapassado pelo novo molhe norte da barra do Douro , mais uma obra que custou milhões de euros juntamente com a construção do molhe sul e respectivo quebra mar destacado tudo em prol de uma melhor navegabilidade das embarcações na entrada e saída da mesma barra. Já neste blog e noutros locais referi que o impacto que as obras de defesa e protecção costeira mais concretamente os novos molhes da barra do Douro estão a ter impacto nas espécies que habitualmente habitam a barra e a costa circundante da foz do Rio Douro e só daqui a alguns anos vamos conseguir avaliar o verdadeiro impacto que teve.










Novo molhe Norte


Todas as obras longitudinais aderentes como não aderentes ou obras transversais têm impacto nas deriva litoral e natural de todos os sedimentos que as correntes maritimas transportam , se associarmos a isto o grande numero de barragens que o rio Douro tem e a construção relativamente recente da Barragem de Crestuma-Lever tão próxima da foz menos sedimentos serão encaminhados para o mar.
Se pensarmos que por norma uma construção transversal( molhe) vai reter sedimentos a barlamar vai haver um défice de areias e sedimentos a sotamar , temos inumeros casos na costa norte de efeitos que a construção de obras efectuaram em zonas circundantes, Granja, Espinho, Apúlia, etc .

Por alguma razão a costa de Vila Nova de Gaia mudou repentinamente as caracteristicas de muitos pesqueiros, se houve muitos que ficaram completamente despidos de areia colocando rochas visiveis que nunca antes tinham sido vistas houve casos pontuais que existiu e existe um açoreamento quase total de pesqueiros com muita rocha onde à poucos anos existiam caneiros profundos entre estruturas rochosas agora existe areia , mesmo com mar calmo e ausencia de vento é notória em muitos locais areias em suspenção.
As influencias na pesca são notórias, novos pesqueiros, novas correntes, novos hábitos de caça dos robalos, o robalo é um predador de hábitos mas também de oportunidade, estranhamente os cardumes de sardinha já não encostam tanto à costa por estes lados como era hábito, o jeito de água oriundo do Douro ( designado localmente por fieiro) era visivel paralelo à costa de Gaia, essa corrente transportava vida com ela os robalos vagueavam nesse fieiro a caçar, neste momento essa mesma corrente distanciou-se largamente da costa..

Se na altura da desova continua a ser habitual os profissionais largarem redes e palanques junto da costa, fora dessa época já começaram a largar os seus aparelhos mais distantes da costa, uma maior fiscalização assim os obrigou? Não me parece.. Há efectivamente menos peixe pelos meus pesqueiros mas uma queda tão elevada não é sinónimo directo de baixa drástica da população de robalos..Essa baixa existe mas a verdade é que as espécies ganham novos hábitos e nós pescadores temos que estar atentos e analisar o meio ambiente e encontrar novamente os hábitos dos peixes


o velho farol de Felgueiras


Onde os robalos atacavam os artificiais


“ Mudam-se os tempos mudam-se as vontades” , construiram os molhes e muita coisa mudou, por ventura para pior mas por outro lado abrem-se novas oportunidades os novos molhes por exemplo têm condições excepcionais para a pesca com vinis, tenho por lá andado a descobrir novos pesqueiros e novos hábitos e as pescas engraçadas que aí se consegue fazer com vinis.
Mais à frente vou colocar um pequeno artigo sobre pesca em molhes, passando pelo corrico e spinning.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Spinning com amostras de superficie




Agora que entrou a primavera e com os robalos na fase pós desova as nossas hipóteses de captura com amostras de superfície aumentam consideravelmente.

As amostras de superfície acompanham-me em todas as jornadas de pesca, já capturei peixe com elas em todas a estações do ano, em pesqueiros fundos ou baixos no entanto é chegada a altura em que elas podem revelar todas as suas potencialidades, é o momento de apostarmos mais neste tipo de artificial que provoca momentos espectaculares de pesca.

Os robalos depois de acabarem a desova tendem a ficar mais activos, o aumento da temperatura da água e a aproximação de peixes presa junto da costa são factores importantes e decisivos para tentar a pesca na superfície. Temos que ter presente que só em casos particulares um robalo quebra a superfície da água para se alimentar não pensem porem que isso diminui as nossas hipóteses de captura, apenas temos que saber explorar certas características dos nossos artificiais

Exceptuando casos em que vemos os robalos a atacar cardumes de sardinha, lingueirão ou tainhas muito dificilmente vemos uma ataque de um robalo à superfície isolado do contexto acima referido, não nos podemos é esquecer que muitas das vezes o robalo caça e bate território sob a superfície muitas das vezes em profundidades muito perto da mesma, quantos vezes se avista os robalos a navegar em patrulha?

Por isso com base no que falei poderíamos usar duas linhas de raciocínio:

Restringir esta técnica apenas quando virmos os robalos a caçar à superfície ou em acção de patrulha Utilizar esta técnica sempre que as condições do mar o permitirem

A segunda hipótese é a correcta porque só pontualmente é que vemos os robalos à caçarem na superfície e muitas das vezes se soubermos usar e explorar certas características das amostras conseguimos que o robalo ataque este tipo de artificiais

O que fará então o robalo atacar uma amostra de superfície?

na minha opinião a principal razão é o particular movimento das amostras o wtd ( Walking de dog) e no caso dos poppers e amostras de hélices a massa de água que conseguem movimentar chamando assim a atenção dos robalos através da movimentação da mesma aliada ao barulho que se propagará rapidamente por diferentes camadas de água e a distancias consideráveis.



Contrariando outros artificiais que tendem quando bem trabalhados a imitar peixes em acção de natação normais ou em fuga , as amostras de superfície tentam imitar peixes em apuros, debilitados não deixa de ser verdade que imitam igualmente peixes em fuga mas o wtd com o seu movimento errático é por excelencia a imitação de um peixe debilitado, desorientado ou seja pronto a ser atacado


Condições de mar:

Esta técnica exige mares pouco formados o máximo de ondulação será de 1,5 metros( para os pesqueiros que frequento), pode-se utilizar esta técnica com sucesso em águas abertas e um pouco tapadas. Com águas grossas as capturas não serão impossíveis mas as nossas hipóteses de sucesso diminuem drasticamente mas existem excepções que falarei um pouco mais à frente.

Pesqueiros:

Podemos ter sucesso em pesqueiros com meio metro de água como igualmente em pesqueiros com 15 metros de profundidade, a minha preferencia cai sobre pesqueiros com cabeços rochosos submersos com canais fundos entre eles. Tenho que realçar que as praias circundantes à foz de rios de médio e grande caudal são locais excelentes por natureza para a pesca de robalo mas nesta altura do ano os robalos tendem a frequentar mais estas zonas , existem as condicionantes climatéricas mas regra geral em anos normais com o aquecimento da água e seguindo o movimentos dos cardumes de espécies alvo a partir de Maio os robalos inclusive vão entrar nos estuários perseguindo as presas, não sendo raro ver os seus ataques massivos às mesmas, se muitas vezes nestes locais grande parte das movimentações que vemos serão cardumes de juvenis atacando cardumes de sardinha pequena por outro lado chegará a altura dos grande exemplares atacarem tainhas.

Temperatura da água:

Ando a tentar fazer um estudo sobre as capturas com este tipo de amostras cruzando a informação com a temperatura da água, ainda não tenho uma relação causa efeito completamente estabelecida mas acredito que a pesca com amostras que trabalhem exclusivamente acima da superfície são mais efectivas com a temperatura de água do mar acima do 15 graus.

Cana:

A minha preferencia serão canas de 3 metros com cw entre as 15gr e as 40 gr , entanto temos que adaptar o material ao pesqueiro que frequentamos. Este é um assunto que varia muito de pescador para pescador , há quem goste de canas de 3.30mt, outros de 2.70. Aqui manda a sensibilidade de cada um , continuo ser da opinião que o que manda é o pesqueiro e o pescador terá que se adaptar ao pesqueiro que frequenta.

Linha:

Aqui só queria deixar um apontamento que de certeza não será consensual, eu pesco sempre com terminal de ponta a fazer a ligação entre o multifilamento e o monofilamento, a meu ver o fluocarbono nem sempre é fundamental quando pescamos à superfície. Como muitos já sabem o indice de refração da luz do fuorcarbono ronda o 1.42 sendo o da água 1.3 , só retiramos todas as potencialidades do fluorcarbono quando o usamos em amostras que trabalhem abaixo da superfície, só utilizo fluorcarbono porque existem amostras de superfície que penetram a superfície da mesma, Se vão pescar com artificiais que não penetrem a superficie não vale a pena gastarem $ em fluorcarbono.

As amostras:

A grande paixão dos pescadores de spinning , que amostra a utilizar? Uma grande certeza: Não há amostras infalíveis se assim fosse já não havia robalos na costa: A seguir seguem as várias famílias destas amostras, em alguns casos refiro-me a amostras que não trabalham à superfície não podendo ser consideradas amostras de superfície , faço este apontamento porque não quero gerar más interpretações e penso que assim a informação ficará mais correcta.



Amostras de superficie que não penetram a primeira camada de água: São aquelas que não penetram a superfície. Todo o movimento das mesmas é efectuado acima da mesma.


Amostras de superficie que penetram a água : São amostras que podem penetrar a superfície consoante a posição da cana se usarmos a cana em acção de pesca perpendicular ao nosso corpo ou com a ponteira direcionada ao nivel do chão elas penetram a água( raramente mais que 20cm) se usarmos a cana num plano quase paralelo ao nosso corpo elas trabalham à superfície. Existem nesta família amostras sinking



POPPERS: Amostras que por norma dão grandes exemplares, a movimentação de água que fazem com a concavidade na sua boca tem a vantagem de atrair os robalos mesmo que eles se encontrem a vários metros de distancia.

Amostras de Hélices Amostras que possuem helices, não são muito utilizadas no mar, penso que os pescadores portugueses ainda não descobriram todas as suas vantagens, movimentam muita água, são barulhentas, amostras que aconselho todos a experimentar.



Amostras pencil bait: Por norma grandes lançadoras, as mais comuns são amostras que são sinking
Com ratling ou sem ratling:
Sou um defensor do ratling, uso e abuso dele provavelmente mais do que devia, por vezes faz a diferença quando o peixe está disperso ou a agua mais tapada no entanto em águas mais abertas e com mais pressão de pesca amostras sem ratling muitas das vezes podem fazer a diferença.

Proximamente irei abordar as particularidades de certas amostras assim como a utilização de algumas destas amostras como teaser.

sábado, 9 de maio de 2009

Super Spook no spinning de costa



Super Spook ,


Com as águas a aquecerem começa a chegar a altura de usarmos e abusarmos das amostras de superfície.
Futuramente irei abordar algumas técnicas e amostras para a pesca à superfície, hoje apenas quero deixar aqui a minha opinião sobre uma amostra intemporal a Super Spook, a descendente da famosa zara spook ,existe um sem número de amostras de superfície e com o actual mercado de artificiais a lançar cada mais novos modelos achei por bem começar este tema com a amostra com a melhor relação preço/qualidade para este tipo de técnica que eu conheço.

Com 23 gramas e 12.7 cm é uma amostra com um corpo quase cilíndrico, um charuto como muitos pescadores a apelidam mas de uma eficácia notável, um artificial que já me deu muitas e grandes alegrias.
Existem no mercado várias cores disponíveis, infelizmente no mercado naciona não conheço quem comercialize todas as cores da colecção algumas temos que recorrer ás compras online.
São artificiais resistentes ao atrito e choques diversos, tanto na estrutura como na pintura, por vezes em alguns artificiais acontece uma má vedação no orifício por onde sai o olhal que sustenta a fateixa traseira, deixa entrar água com que faz que a esfera traseira enferruje, desequilibrando a amostra e alterando a sua cor, convêm aplicar umas gotas de cianocrilato que serve perfeitamente para fazer a vedação.
Existem versões equipadas com anzóis e argolas água doce, obrigatoriamente a serem trocados por números superiores e mais resistentes ao meio marítimo.
Se esta amostra está no meu top five de amostras para a superfície por outro lado é a minha recordista absoluta para peixes desferrados, já pensei, experimentei e repensei nesta situação, não a consigo entender, poderá ser do corpo cilíndrico.infelizmente não o consigo explicar mas haverá uma explicação porque não sou grande adepto das coincidências mas ainda não encontrei uma que em que eu ficasse completamente convencido.
Então já fiz várias experiências:

Colocar um triplo mais pesado na parte traseira da amostra
Retirar o triplo dianteiro
Retirar o triplo centra
Variei de fateixas, entre o número 2 standard e 4
Coloquei fateixas com uma haste mais comprida
Coloquei fateixas com uma maior amplitude de abertura

Conclusão:

Consegui minimizar o número de peixes desferrados com 2 sistemas diferentes:

Sistema 1)

Fateixa dianteira St41 nº 4
Fateixa central St41 nº 2
Fateixa traseira St 41 n 2

Vantagens

Se o peixe atacar lateralmente a amostra a maior amplitude das fateixas ferra o peixe com mais eficácia

desvantagens:

A ultima fateixa e a central prendem entre si muitas vezes
Lançamentos mais curtos



Sistema 2)

Fateixa dianteira vmc nº 2
Fateixa central vmc nº 2
Fateixa traseira vmc n 2

Vantagens

Se o peixe ataca a amostra de cima para baixo ou obliquamente à mesma o maior comprimento da haste ferra melhor o peixe
O peso e comprimento destas fateixas provoca lançamento mais longos

desvantagens:

A amostra faz um wtd mais pesado, temos uma sensação de menor leveza no deslizamento da mesma ao efectuar o habitual wtd, temos que fazer uma animação mais rápida para o artificial não perder cadencia no wtd.


Actualmente pesco com estas duas montagens mas de longe a minhas preferência recai pelo sistema 2. Mesmo assim não estou satisfeito , penso que a solução ideal passaria por uns triplos nº3 com uma larga amplitude de abertura dos anzóis, seguirei a tentar descobrir uma solução que me satisfaça a 100%

Talvez o maior segredo desta amostra é a sua simplicidade, um enorme flutuabilidade associado a cores simples e um ratling médio fizeram desta amostra uma excelente caçadora de robalos.


Quem nunca experimentou, experimente





Exemplar capturado com uma Super Spook

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Petição Contra Medidas de Erradicação da Carpa e do Achigã



Apesar de só de quando em vez fazer uma pescarias aos achigãs pesca esta que acho super técnica e interessante e de nunca ter pescado carpas sou da opinião que se deve preservar ambas as espécies, haveria de certeza absoluta massas de água que sem elas seriam mais pobres biológicamente e também desportivamente.

As entidades Portuguesas continuam com a sua forma autista e ignorante nas abordagens que tem na pesca desportiva, fica aqui o link da petição contra as medidas de erradicação de ambas as espécies http://www.peticao.com.pt/carpa-e-achiga

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Backreeling no spinning de costa aos robalos

Backreeling no spinning de costa

Backreeling é uma técnica que se caracteriza por trabalharmos o peixe após a sua ferragem libertando ou recolhendo linha na luta com o peixe unicamente através da manivela do carreto com o drag completamente fechado.

Aprendi esta técnica pescando robalos à bóia especialmente pescando com caranguejo pilado onde muitas das vezes se ferram grandes exemplares, depois de a dominar utilizo-a em quase todas as técnicas de pesca que pratico.

Um drag nunca poderá fazer as funções de uma manivela de um carreto, uma manivela na luta com o peixe consegue fazer as funções do drag.

Por norma pesco com multifilamento 0,19 mm seguindo de um terminal de mono em fluorcarbono que ronda na maioria das vezes o 0,40 mm.
Os pesqueiros que frequento são extremamente rochosos, repleto de pedras mariscadas,na luta com os peixes muitas das vezes a linha contacta as superfícies rochosas podendo facilmente perder um peixe por ruptura da linha, onde entra aqui o backreeling?

Trabalhar com o drag a meu ver tem mais desvantagens que vantagens, obrigatóriamente se quisermos alterar o drag em acção de luta com um peixe temos que retirar a mão da manivela do carreto, não é muito prático ter que andar a fechar e abrir o drag, perdemos segundos nesta acção que por vezes serão fatais e resultar na perca do peixe
Quanto trabalhámos com o drag o peixe enquanto tiver força para retirar linha do carreto consoante a afinação que tivermos dado à embraiagem irá levar quanta linha quiser e na direcção que acha que pode ter sucesso de fuga, na maior parte dos casos as pedras o que vai implicar muitas das vezes a ruptura da linha por fricção contra as pedras , existem pesqueiros que frequento que se der mais de 5 metros de linha posso dizer adeus ao peixe.
Mesmo na rebentação já assisti a perda de peixes porque quando a escoa é forte o drag continua a libertar linha e o tempo que o pescador demora a fechar o drag e esperar por nova oportunidade para colocar o peixe a seco muitas das vezes o peixe escapa , noutras situações os pescadores fecharam o drag para recolher o peixe e não aproveitaram a vaga certa e a escoa apanhou o peixe e como não tiveram tempo para abrir o drag deu-se a ruptura da linha.

Na maior parte das situações o backreeling é a solução mais eficaz para trabalhar o peixe porque o pescador controla sempre a situação , porque está em contacto permanente com o peixe.
O Backreeling implica a que o pescador tenha uma perfeita noção do material que está a usar , tendo que ter absoluta confiança nos materiais assim como as suas limitações.
Temos que ter alguns aspectos em conta, as actuais linhas com que pescámos tem cargas de ruptura elevadas mas a carga de ruptura que é apresentada não é medida através de uma força continua, um peixe quando ferra o artificial e luta para se libertar não exerce essa força continua, exerce picos de força e é nesses picos de força que temos que estar atentos e ter a sensibilidade necessária para reter, ou dar linha, não nos podemos que vamos pescar com o drag fechado e quando um peixe exerce esse pico de força pode exceder essa carga de ruptura da linha.

O backreeling tem alguns aspectos fundamentais em acção de pesca:

A Cana
A ferragem:
A recolha e luta com o peixe

A Cana:

Prefiro canas com acção M ou MH, estas permitem-nos na maioria das situações ter a potencia necessária para forçar o peixe e travar a sua luta , isso vai acontecer quando em certas alturas não podemos dar linha nenhuma ao peixe para evitar que o peixe durante a sua luta não leve a linha a roçar estruturas rochosas e por imediata consequência fragilize a linha e leve à sua imediata ruptura

Todas as canas tem uma tensão máxima de freio do carreto que suportam até acontecer a ruptura da mesma, apesar da maior parte das canas que usámos não ter essa indicação temos que ter em conta que as linhas podem aguentar a tensão exercida pelo peixe mas a cana não, aqui só a nossa sensibilidade e experiência com a cana que usamos é que nos pode ajudar, mas as canas mais comuns no nosso mercado na luta com os robalos dificilmente partem por excesso de tensão no entanto convêm sempre ter este ponto em conta.

A ferragem:

Aquando da ferragem temos o drag completamente fechado, não nos podemos esquecer que a ferragem por vezes pode ser brutal , temos que ser rápidos e perceber se temos que dar linha ou apenas segurar o peixe sem manivelar nas suas primeiras investidas.
No Backreeling não há a margem de segurança que temos quando temos o drag regulado para determinada tensão, temos que estar concentrados e sermos extremamente rápidos a executar os movimentos com a manivela do carreto se for necessário dar linha ao peixe.

A recolha e luta com o peixe:

Depois da ferragem, já temos a percepção do tamanho do peixe que temos ferrado temos que cobrá-lo , aqui é que o backreeling mostra todas as suas capacidades, não temos que andar a fechar e a abrir drag, fazemos tudo com a manivela, é tudo mais rápido e eficaz conseguimos através da manivela e seu movimento, forçar o peixe de maneira a evitar contactos com estruturas ou dar linha rápidamente se o peixe assim o pedir ou a escoa o “apanhar”.

O backreeling parece ser pouco ortodoxo a verdade é que é extremamente eficaz e oportuno para a nossa costa rochoso, no inicio parece ser um pouco difícil de controlar mas depois da habituação dificilmente se volta a usar o drag do carreto..

terça-feira, 21 de abril de 2009

É sempre difícil dizer adeus



É sempre difícil dizer adeus,

Não podia de deixar de prestar homenagem no meu espaço pessoal ao Luís Vicêncio ,
Quis a vida pregar-lhe a partida final e levá-lo para outros mares.
Conheci o Luís à sensivelmente um ano numa passagem minha por Lisboa, tendo ele a gentileza de me ir visitar ao hotel onde me encontrava hospedado , um homem de uma gentileza calorosa, voltei a encontrá-lo algum tempo mais tarde e periodicamente íamos falando ao telefone..
Íamos voltar a encontrarmo-nos no último sábado à noite, infelizmente o Luís teve que partir umas horas antes
Em todos os contactos que mantive com o Luís notava-se claramente que se tratava de um Homem com um enorme bom senso, de fácil trato e com uma força de vontade incrível para concretizar os seus sonhos e objectivos.
Amava o mar e amava a pesca .
Partiu para outros mares, outros pesqueiros..
A ele a minha homenagem, foi uma prazer e uma honra ter conhecido o Luis

Descansa em paz, um obrigado e um abraço do fundo do meu coração

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Spinning com zagaias artesanais:

Spinning com zagaias artesanais:





Hoje decidi escrever sobre um dos artificiais que mais alegrias me proporcionou até hoje: as zagaias. Falando de zagaias lembramo-nos logo de pesca embarcada ou do jigging mas estas são direccionadas para o pesca costeira.




Nunca consegui descobrir a real origem desta amostra, muitos afirmam que é uma descendente dos tão famosos chivos espanhóis, outros reclamam a patente para a sua região, em concreto penso que será difícil descobrir, no final penso que é uma fusão de ambas.


Características das zagaias:
Peso: Desde as 20 gramas até ás 80 gramas
Comprimento médio 7 cm
Composição metálica, aço ou compostos de ligas metálicas





Atrelados: Pudemos usar vários atrelados de tais como os famosos raglout ou o mais comum dos pingalim , estes dois são os que reúnem as preferências da maioria dos pescadores





Este artificiais foram concebidos para pescar com em circunstancias difíceis com dias de mar forte onde não era possível praticar o corrico tradicional, tem uma grande capacidade de lançamento, devido ao seu peso e à sua aerodinâmica. Ao longo dos anos estes artificiais que à primeira vista parecem rústicos e isentos de vida foram responsáveis pela captura de peixes record na costa que frequento. Inicialmente usávamos canas de surf casting para pescar desta forma , muitos ainda o fazem na actualidade principalmente com canas de beach ledgering , eu pessoalmente nos últimos 3 anos tenho pescado com canas de spinning de acção de ponteira com comprimento de 3,30 metro com cw de 20/50 ou 50/100. Como na maior parte das situações pesco com zagaias que rondam as 40 gramas tenho optado pela 1 opção que me permite em acção de pesca utilizar igualmente outras amostras rígidas. É possível utilizar com sucesso este artificial com mares com pouca ondulação e com ondulação forte ( até 3 metros de altura nos pesqueiros que frequento). Pessoalmente penso que estas zagaias revelam as suas potencialidades com mares mais fortes onde outros artificiais rígidos não conseguem trabalhar. Acção de pesca: Devido à sua composição podemos pescar em várias camadas de água tudo dependendo da velocidade de recolha que aplicarmos, a maior parte dos pescadores tem uma tendência para fazer uma recolha linear sem pausas é a mais prática e simples e completamente isenta de grande sabedoria ou técnica, essa é a maneira mais comum de utilizar as zagaias mas se pescarmos sem tandem muitas das vezes em caneiros profundos vamos ter ataques se fizermos pausas, esse ataque ocorre quando a zagaia faz o seu movimento descendente em direcção do fundo,esta técnica tem mais eficácia se pescarmos sem tandem na zagaia,. Sem tandem permite outro tipo de animação ,paragens repentinas alternadas com toques de ponteira e recolha da linha torna esta técnica eficaz em certas ocasiões. Para terminar penso que esta amostra apesar de rudimentar tem o seu sucesso devido aos flashes que emite devido à cromagem que possui, ao longo dos anos tenho verificado que é uma amostra extremamente eficaz em águas mais tapadas, penso que nestas situações o peixe é atraído pelo brilho e depois ataca o tandem, a verdade é que por muitas vezes esta amostra capturou peixe em quantidade quando mais nenhuma o conseguia fazer e ano após ano essa história repete-se.. Hoje coloquei o básico desta pesca no futuro fica a promessa de colocar algumas considerações assim como fotos dos meus tandens personalizados..

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pisões, o dia dos 7000, parte II o massacre continua




Pisões, o dia dos 7000, parte II o massacre continua


Em cima coloco a fotografia de uma truta bebé capturada por mim num rio de águas cristalinas localizado em parte incerta, em parte incerta porque se por um lado a net é uma excelente ferramenta de busca e partilha de informação por outro pode-se tornar uma arma de destruição que já descaracterizou muitos pesqueiros sejam eles marítimos ou de águas “ interiores”.
A foto da truta na minha mão representa única e exclusivamente a fragilidade dessa espécie e a mensagem que está nas mãos de todos nós preservar e respeitar esse ser.
Infelizmente a realidade não espelha este pensamento.

Na ultima semana continuaram a chover noticias das pseudo pescarias( leia-se massacre) da Albufeira de Pisões, com direito a novas reportagens televisivas, quero pensar que a qualidade do jornalismo nacional não é nem pode ser tão fraco como aquele que eu assisti sobre este tema, denotou uma falta de conhecimento grave sobre o assunto abordado, péssimas reportagens que espelham a realidade de muitos pescadores Portugueses( entenda-se individuos que vão à pesca para matar e beber uma cervejas), uma realidade que recuso-me alguma vez a ser conotado, uma realidade que nunca me irei rever. O jornalismo deve ser encarado com seriedade se não é mentira que as reportagens limitaram-se a expor os factos acontecidos ( a pedra basilar do jornalismo) é uma verdade irrefutável que os jornalistas podiam ter ido bem mais longe, se tivessem estudado a matéria poderiam ter feito perguntas bem mais pertinentes: um exemplo” o srº pescador não sabe que é proibido pescar com 5 canas?” Pedia-se bem mais do jornalismo nacional.
Até do estrangeiro através de amigos e familiares as perguntas iam chegando sobre que diabo se passou naquela albufeira, ao que eu fui retorquindo com uma breve explicação e terminado a mesma com a palavra massacre

Devido a episódios como este o verdadeiro pescador nacional continua a ser descrito como aquela personagem que passa horas infinitas a olhar para uma cana à espera que o peixe morda.
A verdade é que já existe um numero significativo de pescadores que pensa que o futuro será negro se nada mudar, é nossa obrigação começar a virar a página, se o exemplo não parte do estado terá que começar de nós, espalhando a palavra, PRESERVAR.. podemos ainda ser poucos no universo total dos pescadores nacionais mas algo conseguiremos influenciar.


sábado, 11 de abril de 2009

Spinning , a inovação da pesca em Portugal?

Spinning , a inovação da pesca em Portugal?

Na semana passada fui à pesca e não vi um único pescador de Buldo ou corrico e dei comigo a pensar em algumas coisas por isso hoje apeteceu-me tecer algumas considerações sobre o spinning modalidade em clara ascensão em Portugal.

Nos últimos 2 anos houve um bum nesta modalidade arrastando pescadores que praticavam outras técnicas e outros por ser “ novidade”.

O pescador de spinning é caracterizado entre outras coisas por ser um pescador técnico e inovador.. E é pela palavra inovação que me quero debruçar um pouco mais, a inovação no spinning tem sido tão amplamente falada e discutida que é neste momento uma pedra basilar de muitas empresas e lojas associadas ao mercado da pesca desportiva. E na actualidade deparámos com :

Empresários individuais e empresas a fomentar um Marketing directo e agressivo em indoors em casas da especialidade e a realçar nos espaços premium dos seus catálogos tudo quanto é artigos dedicados a esta modalidade.

Na comunidade de pescadores em espaços fisicos ou virtuais assistimos a brainsttormings sobre o tema debatidos vezes sem conta, a melhor cana , a amostra ideal, etc. etc.

Como o mercado de Spinning é um mercado apetecível para os investidores e profissionais chegaram a algumas conclusões:

1- A inovação será sinónimo de sucesso para as empresas através de novas soluções( mesmo que as mesmas sejam um up grade ), aproveitando assim a curiosidade do pescador fomentando as suas necessidades patentes e latentes quer em clientes actuais ou futuros.
2- Empresas menos fortes rapidamente copiam esses produtos que através de um controlo de qualidade mais fraco conseguem preços finais de venda ao publico mais baixo, logo mais atractivos e acabam também por gerar lucro.
3- Como todos as inovações tendem a ser rapidamente copiadas a única forma de essas empresas continuarem a ter sucesso é continuarem a lançar novos produtos e quanto mais consagrada for essa empresa mais receptividade têm perante os consumidores que aguardam avidamente as ultimas novidades( actualmente a moda são as japonesas)

Conclusão,

O pescador de spinning actual associa inovação a algo que pode ser descrito” como a estar sempre associado às ultimas tendências do mercado e procurar ter mais e recentes soluções disponiveis no mercado”

Isto meus amigos não é ser inovador é ser moderno ou melhor dizendo é estar na moda..

Com isto quero dizer que o spinning não é uma inovação é uma moda que só agora começa a chegar a Portugal com toda a sua força, e por paralelismo a outras facetas da sociedade o povo nacional é por cultura enraizada um povo que pensa que o que vem de fora das nossas fronteiras é bom logo copia-se , os portugueses dão demasiado valor à imitação e muito pouco à criação.

Devido a estas considerações tomemos por exemplo os pescadores franceses , quase que olhamos para eles como os nossos gurus espirituais , a verdade que é eles através de uma sociedade mais produtiva e empreendedora conseguiram colocar a França como País Europeu líder e especialista nesta modalidade( e noutras) simplesmente porque tiveram visão económica suficiente para analisarem e descobrirem o grande nicho de mercado que é a pesca e o spinning em concreto, geram milhões de euros simplesmente.

O que vai chegando a Portugal são reflexos de outras comunidades por isso atrevo-me a dizer que nos próximos anos a tendência Portuguesa será por utilizar canas mais curtas abaixo dos 2,70 metros e haverá uma proliferação da utilização de vinis e softbaits , isto tudo não é porque inovamos mas sim porque acompanhamos tendências, queremos estar na moda.

Devido a tudo isto o pescador nacional atravessa um período em que tudo o que brilha é ouro torna-se assim numa presa fácil para campanhas de Marketing directas ou encobertas..

Espero que com esta tendência e não inovação cheguem ventos de preservação pelo meio ambiente, chegue uma reflexão interior e uma verdadeira consciencialização que nós enquanto pescadores desportivos temos impacto nos ecossistemas que pescámos, no mar ou em águas interiores e não deitemos sempre a culpa aos profissionais..Neste capitulo é necessário que inovemos ( seguirmos a tendência e a moda de outras realidades)

Por isso não se esqueçam que os peixes não acompanham mercados, não só atacam amostras novidade japonesas com valor acima dos 20 euros como continuam a atacar amostras com 5 anos ou um simples pingalim de preço de venda de 0.25 euros e nacional, nem tudo o que brilha será certamente ouro.

Continuemos a pescar e divertir pela pesca que tanto nos apaixona mas por vezes convém parar e pensar um pouco